A região de Munique, na Alemanha,
aprendeu a usar a riqueza que está no lixo. O país é considerado modelo quando
o assunto é incineração. A 30
km do município, na zona rural, o incinerador de
Geiselbullach é considerado um modelo de eficiência na queima do lixo e no
aproveitamento da energia que ele produz.
A usina foi inteiramente
financiada pela prefeitura de duas pequenas cidades da Baviera e não tem fins
lucrativos. A estrutura, aparentemente complexa, possui o que há de mais
moderno para evitar que substâncias tóxicas prejudiquem a saúde humana.
O diretor técnico, Johannes
Bruhl, informa que o filtro da chaminé é feito de gorotex, uma membrana
artificial, capaz de reter boa parte dos gases, que não é a única barreira para
os venenos produzidos pelo lixo. Da sala de comando, é possível controlar a
quantidade de toxinas que se formam durante a incineração do lixo.
Tecnicamente, os funcionários são capazes de evitar que os elementos tóxicos
saiam da usina e contaminem o meio ambiente. Os técnicos fiscalizam 24 horas
por dia a formação de cada tipo diferente de gás e podem intervir aumentando a
quantidade de substâncias químicas usadas para neutralizar as toxinas
Metade do lixo produzido por 300 mil habitantes é
destruída pelo incinerador, que também produz energia elétrica. A outra parte é
reciclada. Bruhl observa que, quando descobriram que a capacidade energética do
lixo era quase igual à do carvão, a região mais rica da Alemanha entendeu o
quanto desperdiçava. O lixo queimado abastece de energia elétrica 50 mil
pessoas e várias indústrias da região, como uma fábrica de pão, que paga contas
de luz 30% menores do que antes.