Frente Parlamentar Estadual da Coleta Seletiva
Coordenação: Deputado João Antonio (PT)
Assembléia Legislativa de São Paulo

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Dialogo com os povos indígenas é necessário para conservação dos Rios


Em pouco mais de 30 anos, a demanda por água potável crescerá mais do que a metade, sendo que nas indústrias o percentual da demanda chegará a 400% em detrimento de 130% do uso doméstico, segundo relatório da OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico).
Essa demanda deve colocar sob risco de escassez hídrica cerca de 2,3 bilhões de pessoas que vivem perto de rios, especialmente na África e Ásia. Por outro lado, uma das maiores fontes de água doce, os rios, estão cada vez mais poluídos, virando nas metrópoles esgotos a céu aberto.
O modo predatório pelo qual a cultura ocidental utiliza os recursos naturais é alvo de críticas de ambientalistas e cientistas. Anunciado no relatório do OCDE, o colapso ambiental para o qual o mundo caminha, devido a ausência do equilíbrio necessário com o meio ambiente, reforça a afirmação do índio Marcos Terena, de que “o homem branco é uma civilização que não deu certo”.
Na mitologia indígena, o espírito das águas, os Guoianei, integram-se aos da floresta, os Zagapoi, sendo dependentes uns dos outros, porque não há floresta sem água, nem rios sem floresta. Quando rompida a alternância e integração, os espíritos inviabilizam a vida humana. Este pequeno relato está em um dos trechos do livro A morte social dos rios, do filósofo e sociólogo Mauro Leonel, professor livre-docente de Ambiente e Sociedade da USP (Universidade São Paulo).
Diálogo
Em entrevista exclusiva ao Portal EcoDesenvolvimento.org, Leonel, que há 27 anos estuda os povos indígenas, afirma que o desenvolvimento sem limites (esgoto, canalizações indevidas e falta de proteção das margens e nascentes) está matando os rios e que temos muito que aprender com os povos indígenas. “A várzea não é do ser humano. É das plantas e peixes”, diz.
Para o pesquisador, estabelecer o diálogo com os nossos indígenas é fundamental para trazer a harmonia necessária com a natureza. Leonel enfatiza que os índios e os ribeirinhos são ouvidos "porcamente" e critica a construção de Belo Monte no rio Xingu. “Dilma (Rousseff) vai bem, mas não tem uma orientação ambiental e sua política indigenista é um fracasso. Rio não é para grandes hidrelétricas", ressalta. Ele ainda acrescenta que em todo esse processo "os índios são grandes vítimas. Afinal, quem esperaria ver Raoni, um guerreiro (índio), chorando e sendo preso?”, ressalta.
De acordo com o professor, os recursos hídricos estão seriamente comprometidos, mesmo com a grande parcela de água doce existente no Brasil (pouco mais de 12% das águas superficiais do planeta). E o que falta para “reviver” nossos rios? “a sociedade deve compreender que a água, como o ar e o sol, é indispensável”.


Hortas urbanas garantem alimentação em cidades da África, revela estudo da FAO


Os formuladores de políticas nas cidades africanas devem implementar medidas verdes para garantir que as crescentes áreas urbanas possam atender o aumento na demanda por alimentos, afirma o relatório Cultivando cidades mais verdes na África, divulgado no dia 30/08 pela Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação(FAO).

“Gestores africanos precisam agir agora para reorientar a urbanização de seu corrente modo insustentável para cidades mais saudáveis e verdes que garantam a segurança alimentar e nutricional, o trabalho decente e a renda e um ambiente limpo para todos os seus cidadãos”, observou o Diretor-Geral Assistente da FAO para Agricultura e Defesa do Consumidor, Modibo Traoré, no prefácio da publicação.

O livro salienta a importância de práticas sustentáveis, como horticultura urbana, referindo-se aos jardins em casas, escolas, comunidades e mercados que produzem frutas e vegetais. O relatório, que se baseia em estudos de caso de 31 países da África, descobriu que a horticultura urbana em 10 países já é a mais importante fonte produzida localmente de produtos frescos. Mas esta prática tem crescido com pouco reconhecimento oficial, regulação e apoio, e, em muitos casos, tornou-se insustentável à medida que os agricultores estão aumentando o uso de pesticidas e água poluída.

Para resolver esta questão, a publicação insta os governos e as administrações municipais a trabalharem em conjunto com os produtores, processadores, fornecedores, vendedores e outros para dar à agricultura urbana o apoio político, logístico e pedagógico necessário para o desenvolvimento sustentável.

Uma das recomendações do relatório aconselha os políticos a realizarem um zoneamento e proteger a terra e água para horticulturas, além de incentivar os produtores a adotar um modelo de agricultura que vai aumentar a produção preservando os recursos naturais, aplicando a quantidade certa de pesticidas, sementes e fertilizantes.

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Discurso de Dilma na 67° Assembléia Geral da Onu


Aterros de Resíduos


Aterro Sanitário
É um processo utilizado para a disposição de resíduos sólidos no solo, particularmente, lixo domiciliar que fundamentado em critérios de engenharia e normas operacionais específicas, permite a confinação segura em termos de controle de poluição ambiental, proteção à saúde pública; ou, forma de disposição final de resíduos sólidos urbanos no solo, através de confinamento em camadas cobertas com material inerte, geralmente, solo, de acordo com normas operacionais específicas, e de modo a evitar danos ou riscos à saúde pública e à segurança, minimizando os impactos ambientais.

Antes de se projetar o aterro, são feitos estudos geológico e topográfico para selecionar a área a ser destinada para sua instalação não comprometa o meio ambiente. É feita, inicialmente, impermeabilização do solo através de combinação de argila e lona plástica para evitar infiltração dos líquidos percolados, no solo. Os líquidos percolados são captados (drenados) através de tubulações e escoados para lagoa de tratamento. Para evitar o excesso de águas de chuva, são colocados tubos ao redor do aterro, que permitem desvio dessas águas, do aterro.

A quantidade de lixo depositado é controlada na entrada do aterro através de balança. É proibido o acesso de pessoas estranhas. Os gases liberados durante a decomposição são captados e podem ser queimados com sistema de purificação de ar ou ainda utilizados como fonte de energia (aterros energéticos).

Segundo a Norma Técnica NBR 8419 (ABNT, 1984), o aterro sanitário não deve ser construído em áreas sujeitas à inundação. Entre a superfície inferior do aterro e o mais alto nível do lençol freático deve haver uma camada de espessura mínima de 1,5 m de solo insaturado. O nível do solo deve ser medido durante a época de maior precipitação pluviométrica da região. O solo deve ser de baixa permeabilidade (argiloso).

O aterro deve ser localizado a uma distância mínima de 200 metros de qualquer curso d´água. Deve ser de fácil acesso. A arborização deve ser adequada nas redondezas para evitar erosões, espalhamento da poeira e retenção dos odores.

Devem ser construídos poços de monitoramento para avaliar se estão ocorrendo vazamentos e contaminação do lençol freático: no mínimo quatro poços, sendo um a montante e três a jusante, no sentido do fluxo da água do lençol freático. O efluente da lagoa deve ser monitorado pelo menos quatro vezes ao ano.

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segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Soluções permanentes para os problemas ambientais? Só mesmo com educação ambiental


A educação ambiental é um processo permanente no qual os indivíduos e a sociedade tomam consciência do seu meio ambiente e adquirem conhecimentos, habilidades, experiências, valores e a determinação que os tornam capazes de agir individual ou coletivamente, na busca de soluções para os problemas ambientais presentes e futuros.” — Resolução da Unesco — 1987.
Vinte e quatro anos depois, podemos afirmar que pouca coisa mudou em relação ao que recomenda esta resolução tão importante para a consciência das pessoas e a sustentabilidade.
Educação ambiental é obrigatória em todos os níveis escolares na maioria dos países desenvolvidos e em desenvolvimento e, no Brasil o é pela Lei 9.795, votada e aprovada pelo Congresso em 1999 como matéria transversal , pluralista e permanente. Apesar disto, o que se vê na hora de aplicar os princípios de conservação da vida nos bancos escolares, é diametralmente oposto ao que ocorre na realidade dos frenéticos mercados de bens de consumo e serviços.
A sociedade na sua busca pelo desenvolvimento, “sabe” dividir muito bem suas linhas de interesse: a produção dos bens de consumo e a oferta de serviços ocorrem em progressão geométrica, enquanto a consciência e o fundamento da preservação de recursos, do uso da água e da energia  — que deveriam ser conhecimentos permanentes e sustentáveis — ocorrem em progressão aritmética, comprometendo a vida no planeta de forma definitiva e inexorável.
Tudo que produzimos, consumimos e usamos, explorando os recursos naturais, tem origem no próprio planeta — a Terra é uma imensa nave, uma joia única e rara no universo, mas é um sistema fechado —, com exceção da energia solar que é abundante e vem de fora, todo o resto, significa degradação e perdas para o frágil sistema de vida aqui existente. Este princípio básico e elementar deveria ser o ponto de partida para mudarmos o pensamento das futuras gerações por meio da escola.
No entanto, o sistema de passagem de conhecimentos socioambientais praticado na grande maioria das escolas é incipiente, fraco e permissivo a ponto de nos levar a compará-lo aos períodos negros da história do homem em que a falta de conhecimento e discernimento eram garantia de longos e tranquilos reinados e impérios. Hoje, temos a nos dominar o império da ganância, do conforto e do desperdício para poucos, o império da miséria, da fome e da sede para a grande maioria e, o aquecimento global e o desequilíbrio ambiental para todos.
Só mesmo a formação permanente de cidadãos, com conhecimento e discernimento suficientes para colocar suas novas consciências a serviço da vida, pode dar nova cara à preservação e proteção ambientais e ao desenvolvimento sustentável. Isto (a consciência) será, na verdade, o divisor de águas na hora de recusar ações, da própria sociedade ou dos governos, que não contemplem uma gestão socioambiental correta.

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Consevação ou preservação?


*Suzana M. Padua, Luiz Carlos Aceti Jr., Mª Vitória F. Tomé  

  
    Essa é uma antiga discussão. Afinal de contas, conservação e preservação são termos equivalentes? Se houver diferença, é pela consagração do uso ou existe diferença jurídica entre os termos? Conservacionismo e preservacionismo são correntes ideológicas distintas?
    Essa discussão tem origem com pensadores como John Muir e Pinchot, que eram vistos como preservacionistas, ou seja, aqueles que querem manter o ambiente "intocado". Eles tiveram grande relevância na questão ambiental porque foram os primeiros a chamar a atenção para o valor da natureza e iniciar um processo que deflagrava os estragos que estavam ocorrendo. Passmore descreve o seguinte: "Conservar é salvar ... salvar para algum fim, para um consumo que pode se dar em qualquer tempo". quando o caso é "salvar para", ele considera conservacionismo. O que é salvar (somente) ele chama de preservacionismo, como por exemplo, salvar espécies ameaçadas, salvar áreas naturais da devastação ... Em síntese, os preservacionistas são aqueles que protegem independentemente do interesse humano, já os conservacionistas visam um uso ou algum outro motivo.
    Nesse meio tempo, já nos anos 40, Aldo Leopold deu uma grande contribuição porque tinha o amor de um preservacionista pela natureza, mas trabalhou para conservar e dar uma dimensão enorme à importância das áreas naturais. Ele tanto escreveu sobre manejo de áreas naturais como sobre a importância da ética ambiental. Ele, sem dúvida, pode ser considerado o precursor da Biologia da Conservação, que também vê o todo e trata a conservação como uma ciência.
    Surgiu, então, uma tendência conhecida por "ecologia profunda" liderada por um escandinavo chamado Arne Naess, que vai mais longe. Para ele o conservacionismo é uma visão limitada de primeiro mundo, deixando de considerar parte do planeta. Ele considera importante os seguintes aspectos:
  1. rejeição da imagem do ambiente do ponto de vista do ser humano, em favor de uma imagem de campo abrangente que inclui todos os relacionamento 

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quinta-feira, 20 de setembro de 2012

A sociedade do Automovel


UFRJ desenvolve concreto ecológico com fibras vegetais e materiais reciclados


A Coordenação de Pós-Graduação em Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe-UFRJ) desenvolveu alternativas ecológicas para matérias-primas do concreto e de produtos de fibrocimento (como caixas d’água e telhas). Segundo o pesquisador Romildo Toledo, o uso de materiais tradicionais, como o cimento, a brita e o amianto, pode ser reduzido ou até completamente substituído com a utilização de fibras vegetais e materiais reciclados.
No caso do concreto, liga formada por cimento, brita (pedra) e areia, é possível reduzir o consumo de cimento em 20% a 40% com alternativas como cinza de bagaço de cana-de-açúcar, cinza de casca de arroz e resíduos da indústria cerâmica. A brita pode ser completamente substituída por materiais obtidos em demolições de construções antigas.
No caso do fibrocimento, usado na fabricação de telhas ou caixas d’água, o consumo de cimento pode ser reduzido em até 50% com o uso de alternativas ecológicas. As fibras vegetais substituem as fibras minerais tradicionais, como o amianto, que provocam danos à saúde humana. Há estudos com outros materiais como borracha de pneu usado, cinzas de esgoto sanitário ou de queima do lixo para substituir, pelo menos parcialmente, o cimento.
“Alguns tipos de concreto ecológico já estão prontos para serem repassados ao setor produtivo, mas há outros que ainda estão em fase final de desenvolvimento. São soluções que reduzem impacto na construção civil, seja por redução da emissão de gás carbônico, pelo uso de materiais naturais etc. E todas levam a resultados tão bons quanto os materiais tradicionais. Essa é uma preocupação: não ter performance inferior aos que os materiais tradicionais têm. O consumidor não vai sentir problemas de durabilidade, como a casa ou o prédio terem vida útil menor”, disse Toledo.
Segundo a Coppe, a indústria cimenteira responde por 5% a 7% das emissões mundiais de gases do efeito estufa. A produção atual de cimento corresponde a cerca de 3 bilhões de toneladas por ano, que deve triplicar em 50 anos.
Segundo o pesquisador, as alternativas ecológicas ao concreto têm chamado a atenção de algumas empresas. Na última sexta-feira (14), por exemplo, Toledo apresentou sua pesquisa a representantes de empresas de materiais de construção norte-americanas na Câmara de Comércio Americana (Amcham) do Rio de Janeiro.
 – 17 DE SETEMBRO DE 2012PUBLICADO EM: NOTÍCIASPEGADA ECOLÓGICAPESQUISARECICLAGEMsite

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Catadores Vão cobrar compromisso dos Candidatos em São Paulo


Seis dos 12 candidatos da cidade de São Paulo se comprometeram 

Comitê Regional de Catadores da Cidade de São Paulo entregou durante o mês de agosto uma Plataforma de comprometimento dos candidatos a Prefeitura Municipal com a Coleta Seletiva com inclusão produtiva dos catadores.  Seis dos 12 candidatos assinaram a carta de compromisso com a Coleta Seletiva e pagamentos aos catadores por serviços prestados, pela implantação da Política Nacional de Resíduos Sólidos com participação popular e contra a incineração do lixo na cidade de São Paulo.
Entre os candidatos de assumiram o compromisso publicamente estão Soninha Francine (PPS), Carlos Gianazi (PSOL), Ana Liza Gomes (PSTU), Miguel Perez (PPL), Celso Russomano (PRB), Fernando Haddad (PT).  Os Candidatos José Serra, Gabriel Chalita, Paulinho da Força e Levy Fidelix, José Eymael  e Anaí Caproni, apesar de convidados para participar de debates e assinar a carta de compromisso, mas não compareceram nos encontros.
O MNCR, mais uma vez, reforça sua postura e independência em relação a partidos políticas buscando políticas públicas de gestão compartilhada dos resíduos sólidos. A Plataforma esta aberta para novas adesões de organizações de catadores e entidades da sociedade civil e pode ser adaptada a realidade local do município.

terça-feira, 18 de setembro de 2012

O neoliberalismo e a degradação ambiental

por Samuel Pinheiro Guimarães

Não há como encarar a questão ambiental enquanto imperar no centro e nas elites periféricas do sistema o credo neoliberal. O neoliberalismo, roupagem moderna da teoria clássica, acredita que o livre jogo das forças de mercado, em situação de livre competição, será capaz de promover a mais eficiente alocação de recursos, a mais elevada produção, a mais justa distribuição da renda, o mais rápido progresso tecnológico. De quebra, a economia de mercado (livre) eliminaria os problemas sociais e contribuiria para a vigência da democracia. 

A “democracia de mercado”, nesta visão, seria o mais perfeito regime econômico, político e social e a ela deveriam aspirar todos os povos para construir sociedades felizes, em um mundo sem guerras. 

Para tal, advogam os ideólogos do neoliberalismo, é necessário reduzir as funções do Estado ao mínimo, mesmo naquelas áreas tradicionais da educação, da saúde e da segurança pública. Tudo deve ser privatizado, terceirizado, desregulamentado, concedido, desfiscalizado, abertas as fronteiras, para que a entidade suprema, a empresa, possa agir totalmente livre, para realizar os sonhos de seus operários, de consumidores, de fornecedores, de clientes, de acionistas e de cidadãos, em um mundo ideal, sem conflitos, sem monopólios, sem cartéis, sem corrupção, sem especulação, sem fraude. 

Os ambientalistas, despertados inicialmente pela chamada explosão demográfica, pelo suposto esgotamento dos recursos naturais e pela impossibilidade de reproduzir os padrões de consumo/desperdício dos países do centro na periferia (os limites ao crescimento do “Clube de Roma”), passaram gradualmente a se preocupar com os problemas ambientais globais, que atingiriam eventualmente o bem-estar das sociedades prósperas e satisfeitas. 


A preocupação com a poluição mais óbvia do ar e das águas - que levou a programas bem sucedidos de recuperação de rios e lagos, como no caso do Tâmisa e da qualidade urbana do ar, como o charmoso fog de Londres - foi sucedida pela preocupação com os fenômenos ambientais transfronteiriços e menos visíveis, como o buraco na camada de ozônio, a mudança climática provocada pela emissão de gases que causam o efeito estufa, a preservação da biodiversidade invisível em recifes de coral e em florestas longínquas, a poluição silenciosa dos lençóis freáticos, a escassez de água, fenômenos que não podiam ser de forma alguma enfrentados apenas nacionalmente. 

Neste esforço, os movimentos ambientalistas passaram a se preocupar com as noções de danos irreversíveis ao meio ambiente, de esgotamento de recursos finitos, e com a necessidade de enfrentar a questão da tecnologia e do seu livre uso pelas empresas, rainhas da pós-modernidade e dos governos neoliberais, e dos padrões de consumo/desperdício que se encontram fundados no conceito de liberdade de escolha do consumidor. 

As questões da cumulatividade do dano ambiental, da concentração esmagadora das emissões tóxicas nos últimos dois séculos nos países altamente desenvolvidos, núcleo do neoliberalismo e do individualismo darwinista agressivo e fundamentalista, tornavam impossível transferir o problema, em sua totalidade, para a periferia. 


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segunda-feira, 17 de setembro de 2012

O uso da reciclagem na construção civil


Com a evolução tecnológica e a preocupação contínua pela preservação do meio ambiente, cientistas, engenheiros ou pessoas comuns desenvolveram técnicas para a construção civil usando materiais recicláveis como o pneu, as garrafas PET e o isopor. Esta estratégia, além de gerar menos lixo como o entulho, resulta em uma boa economia no final da obra.
A indústria da construção civil é responsável por uma grande parte do lixo produzido nas grandes cidades. As empreiteiras produzem milhares de quilos de entulho. Estes, por lei, não podem ser depositados em aterros sanitários e terrenos baldios. Isto gera um grande problema para as metrópoles. Uma das possíveis soluções seria o uso de materiais recicláveis.

Já existem experimentos que usam o EPS (isopor) reciclado e garrafas PET para produzir blocos para a construção civil. Os blocos são chamados de ISOPET. Eles são encaixados e cobertos por uma fina camada de concreto leve. Com essa medida, a necessidade de produtos como areia grossa e fina – que é escassa em muitas regiões – deixa de ser prioritária. Essa prática também reduz o consumo de energia elétrica, fato que reduz substancialmente o valor final da obra.
Um dos pontos positivos do uso desses materiais alternativos é que, no caso do pneu e do isopor, pela especificidade da sua composição química, eles produzem um resultado térmico muito bom. Eles mantêm a temperatura estável dentro do imóvel. Ou seja: no inverno se tem uma casa mais quente, e no verão mais fresquinha.
Algumas cidades brasileiras já possuem políticas ecológicas. Isso por dois motivos: cuidar do meio ambiente e gerar recursos. Os materiais que antes poluiriam rios e matas por centenas de anos, passam agora a ter uma nova utilidade. A cidade deAraçoiaba da Serra, SP, construiu uma galeria para escoamento de águas da chuva numa das principais avenidas da cidade usando pneus de caminhão reciclados. O resultado disso foi uma economia de R$ 54 mil no final da obra.

Conservacionismo Ambiental



Tem sido cada vez mais frequente o uso do termo conservacionismo ambiental. No entanto é notória a falta de clareza do seu significado perante a população em geral. A maioria das pessoas, muitas delas educadores e ativistas ambientais, entende que o termo se refere a preservação específica de uma determinada área de parques e reservas, ou ações que visam defender uma determinada espécie animal ou vegetal que se encontra em perigo de extinção. Ou seja, este conceito ainda está muito ligado a questões isolados da fauna e flora.
De fato preservar uma área naturalmente inalterada ou lutar contra a extinção de uma espécie animal ou vegetal faz parte do conceito de conservacionismo. Mas quando se fala em meio ambiente há de se entender que esta terminologia não se refere apenas a territórios dos parques e reservas ou nas áreas de sobrevivência de uma ou outra espécie animal. O meio ambiente é todo e qualquer espaço do nosso planeta e tudo que compõe este conjunto, incluindo a atmosfera, subsolo e mesmo as áreas urbanas.
A falta de informação nesse sentido é evidente quando se nota que, quando questionadas, a maioria absoluta das pessoas se dizem favoráveis ao conservacionismo. Mas nada eles fazem no seu cotidiano para tornar o nosso meio ambiente melhor.
Se todas as pessoas tivessem consciência do papel individual na luta para a preservação do meio ambiente não haveria a necessidade de racionamento de energia ser uma campanha nacional. A reciclagem de lixo seria um senso comum. Acredito que seria relativamente fácil estruturar uma sociedade que gerasse menos lixo e desperdício.
Já que falamos em racionamento de energia, será que não seria possível mobilizar uma campanha para que as pessoas gerassem 10g de lixo a menos e gastassem 1g a menos de produto de limpeza e higiene por dia? Apenas essa ação resultaria em 180 toneladas de lixo a menos no aterro sanitário e 18 t de produtos de limpeza e higiene a menos nas redes de esgoto doméstico de uma cidade como São Paulo por dia (18 milhões de habitantes – 5400 t e 540 t respectivamente por mês). Isso é apenas o começo se pensarmos em outros problemas como questão de energia (não apenas elétrica mas também combustíveis fósseis e gás natural), procedimentos industriais, ações que potencializam os problemas de erosão, poluição, etc.
Partindo deste tipo de princípio, as ações voltadas para o conservacionismo ambiental devem visar não apenas a preservação de áreas correspondentes a reservas, parques e zonas de preservação ambiental, mas sim um conjunto de medidas que conscientize o povo a incorporar procedimentos de mínimo impacto ambiental de forma lúcida, principalmente nas rotinas do cotidiano. Afinal, o efeito das atitudes de uma pessoa durante uma visita a um ambiente naturalmente preservado é ínfima se comparada à somatória dos efeitos das ações praticadas por ela no dia a dia.
A conscientização ambiental se tornou um assunto multidisciplinar e não se resume mais nas simples campanhas para salvar os bichinhos e plantinhas. Apesar de toda a complexidade que o assunto está adquirindo ainda temos uma grande vantagem: ninguém necessita de conhecimentos científicos ou culturais complexos para entender esse assunto. Podemos dispensar a álgebra linear, física de estado sólido, biologia molecular ou a capacidade de saber identificar as diferenças das linhas do Kandinsky, do Joan Miró. Nem tampouco precisa ter lido Os Sertões do Euclides da Cunha, Ulisses de James Joyce ou Montanha Mágica do Thomas Mann. O ambientalismo pode e deve ser tratado muna linguagem simples, de fácil compreensão tanto para as crianças quanto para as pessoas simples que vivem em situações menos privilegiadas.
A base da sustentação do conservacionismo está na população. Sem uma massa crítica de ativistas os efeitos benéficos não conseguirão atingir uma dimensão que produza efeito real. Para que isso seja viável são necessários trabalhos de base com procedimentos estratégicos de educação e informação bem planejados e bem executados. Aqui também temos uma grande vantagem: a princípio não deve existir ninguém que esteja contra a preservação ambiental. Assim sendo basta romper a barreira do desconhecimento para que pelo menos os procedimentos mais simples sejam de pronto adotados.
Luiz Makoto Ishibe 

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

A História das Coisas

Uma brilhante reflexão sobre a sociedade do consumo, o aquecimento global pós revolução industrial. 




quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Estudo revela diferentes estágios de conservação dos mangues


A latitude da costa brasileira permite ao País ter ocorrências diferenciadas de manguezais, ecossistema que ocupa áreas consideradas de transição entre os ambientes terrestres e marinhos. No Brasil, os chamados mangues estão distribuídos desde o extremo Norte, na desembocadura do Oiapoque, no Amapá, até a região Sul, na latitude de Laguna, em Santa Catarina.

As características regionais também possibilitam vários níveis de desenvolvimento e de apresentação dos mangues. “Muitas vezes, no extremo Norte, eles estão completamente expostos na zona costeira; mas depois nas regiões Nordeste, Sudeste e Sul eles ocorrem no abrigo de enseadas, estuários ou protegidos por ilhas barreiras ou arrecifes de arenito”, descreve a pesquisadora Yara Schaeffer Novelli, do Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo (USP).


Novelli coordena um grupo de estudos que avalia a dinâmica, a ocupação e a resposta dos manguezais às mudanças climáticas. A pesquisadora aponta ainda situações distintas desses ecossistemas em relação ao estado de conservação. As perdas relevantes ou grandes alterações estão presentes em locais onde existem portos e houve o desenvolvimento dos primeiros núcleos populacionais ou ainda a utilização das áreas de mangue para o cultivo de camarão (carcinocultura).

“Em algumas áreas, na região de Cananéia (SP), que é bem conservada, tem uma espécie com taxa de crescimento de quase um metro de altura por ano. Florestas que, em 2001, tinham um metro e estão agora com mais ou menos 10 metros. Então, isso é muito positivo e a nossa preocupação é justamente manter essas áreas de manguezal conservadas para que a pesca continue ocorrendo”, salienta Marília.

terça-feira, 11 de setembro de 2012

SP perde 14 árvores por dia com aval da prefeitura


A cidade de São Paulo perdeu, com autorização oficial, 14 árvores por dia nos últimos 14 anos. Foram 72.514 exemplares cortados de lotes e áreas verdes com aval da Prefeitura. A vegetação retirada deu espaço a prédios, shoppings, ruas, estações de metrô e outras construções. O número corresponde a quase cinco Parques do Ibirapuera – a área verde da zona sul tem aproximadamente 15 mil árvores.
Os dados foram compilados pela arquiteta e urbanista Luciana Schwandner Ferreira, que os apresentou em sua dissertação de mestrado defendida na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP). Luciana já trabalhou no departamento da Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente responsável pelas compensações ambientais exigidas para cortes de árvore. A pesquisadora fez o levantamento com base nos despachos publicados no Diário Oficial da Cidade entre 1997 e 2011.
De acordo com a Prefeitura, uma autorização somente é dada depois da exigência de replantio de um número maior de árvores do que as que foram retiradas. A pesquisa de Luciana mostrou, porém, que o mecanismo de compensação não funciona de forma eficiente e tampouco aumenta ou mesmo mantém a cobertura vegetal dos locais onde os cortes foram autorizados.
Na maioria das vezes, os cortes autorizados dizem respeito a prédios e empreendimentos em áreas nobres ou obras do poder público, que respeitam a legislação ambiental por causa da fiscalização. Na periferia, onde há pouca vigilância dos fiscais, a maioria dos cortes de árvore é feita sem registro da Prefeitura.
Entre as espécies que foram cortadas com autorização estão remanescentes de Mata Atlântica. São árvores como jequitibá, passuaré, sibipiruna, seafórtia, pau-brasil e tipuana.
Bairros bem arborizados e onde surgiram nos últimos anos dezenas de prédios no lugar das casas aparecem no topo da lista dos mais desmatados, como Santo Amaro, na zona sul, e Butantã, na zona oeste.

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Área de Orgânicos cresce 30 % ao ano

Decreto Federal valoriza culturas, mas produtores da região enfrentam dificuldades.

Eles utilizam fertilizantes e pesticidas de origem natural para se desenvolver e são indicados para saúde, inclusive como remédios naturais. Os alimentos orgânicos estão entrando pouco a pouco em cena no mercado da cidade. Segundo a Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati), a área cultivada com produtos orgânicos em Bauru tem crescimento anual de 30% com o aumento do consumo pela população.
Em decreto publicado pelo   Diário oficial da União no dia 21 de agosto deste ano, o governo federal deu um importante passo com a instituição da Politica Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (Pnapo). No Decreto são valorizadas a oferta e o consumo de alimentos saudáveis e a biodiversidade brasileira, por meio de um trabalho articulado entre o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) e diversos órgãos, irão fortalecer a população rural e apoiar as ações voltadas para agricultura familiar.



quarta-feira, 5 de setembro de 2012

DESAFIO PARA NOVOS PREFEITOS

A maioria dos prefeitos que vão iniciar o seu mandato a partir do próximo ano terá de agir muito rápido na elaboração do Plano Municipal de Saneamento Básico, sob pena de ver minguar os recursos para o setor.

Por força da Lei 11.445 de 2007 e do decreto 7.217 de 2010, a partir de janeiro de 2014, deixarão de receber recursos da União para a área de saneamento, as cidades brasileiras que não tiverem apresentado um esboço dos serviços necessários de coleta e tratamento de esgoto, bem como os relacionados à distribuição de água potável e de escoamento pluvial (chuvas).

Levantamento divulgado ontem pela Associação Brasileira de Agências de Regulação (ABAR) indica que, embora a adesão à nova exigência tenha crescido, em 2012, 42% em comparação com 2011, apenas 11% dos municípios do país apresentaram os seus planos, ou 592 cidades, até o encerramento do primeiro semestre.

A maioria, 69% dessas localidades, concentra-se nos estados de São Paulo e Santa Catarina. Já os sistemas regulados aumentaram 19%, passando de l.896 cidades para 2.296. No entanto, os órgãos reguladores estão presentes em menos da metade do país, ou em 41,3% dos municípios.

Para o presidente da ABAR, José Luiz Lins dos Santos, a regulação dos serviços é essencial para dar proteção aos usuários porque caberá a esses órgãos avaliar a determinação da tarifa e averiguar os investimentos. Segundo ele, as agências reguladoras estão presentes em 18 estados e no Distrito Federal.

Manifestando-se esperançoso de que as novas regras venham a trazer melhorias no setor de saneamento básico, Santos alertou ser necessário um trabalho de parceria entre os governos federal e municipal. "Se o governo não tiver projetos de ajuda para fazer os planejamentos e impor apenas uma obrigação feroz, os objetivos podem não ser alcançados", ponderou.

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terça-feira, 4 de setembro de 2012

Diferenças entre reciclagem e coleta seletiva


Durante os últimos anos no Brasil, os temas coleta seletiva e reciclagem têm sido cada vez mais lembrados pela sociedade, principalmente em escolas. A primeira impressão da população é de que a prática desses programas é muito simples e de fácil execução pelo poder público, que cuida dos resíduos de uma cidade.
Entretanto, as fases que envolvem todo o processo para que se complete e atenda às regras básicas de higiene e segurança são inúmeras. Destacam-se as questões da estocagem, do transporte e do processamento futuro dos materiais, que dependem muito da educação do povo, dos espaços físicos e das formas de transporte. Aliados a isso, seguem-se os investimentos necessários para a implantação e a operação do sistema.
Os lixões são o símbolo do despreparo dos nossos administradores públicos quanto a uma solução adequada para o lixo produzido em suas cidades. Solucionar o problema do lixo a céu aberto e acabar com os depósitos de entulhos nos terrenos baldios devem ter prioridade de aplicação de recursos, isto é, tem de se pensar em alternativas de tratamento e reaproveitamento de resíduos. A coleta seletiva deve ser pensada sempre em associação com a melhoria do sistema de limpeza urbana como um todo (desde a ampliação da abrangência e da qualidade da coleta convencional até a adoção de um sistema sanitário adequado para a destinação final dos resíduos).
Em diversas situações, os termos coleta seletiva e reciclagem são utilizados como sinônimos, entretanto, é importante diferenciar cada conceito. As definições mais frequentes de reciclagem a caracterizam como o beneficiamento de produtos ou materiais (matéria-prima secundária) que são transformados em novos produtos, voltando, assim, para o mercado de consumo. Esses produtos ou materiais podem vir do lixo caso sejam coletados, triados e encaminhados às indústrias recicladoras.