A latitude da costa brasileira permite ao País
ter ocorrências diferenciadas de manguezais, ecossistema que ocupa áreas
consideradas de transição entre os ambientes terrestres e marinhos. No Brasil,
os chamados mangues estão distribuídos desde o extremo Norte, na desembocadura do Oiapoque, no Amapá, até a região Sul, na latitude de Laguna, em
Santa Catarina.
As características regionais também possibilitam vários níveis de
desenvolvimento e de apresentação dos mangues. “Muitas vezes, no extremo Norte, eles estão completamente
expostos na zona costeira; mas depois nas regiões Nordeste, Sudeste e Sul eles
ocorrem no abrigo de enseadas, estuários ou protegidos por ilhas barreiras ou arrecifes de arenito”, descreve a pesquisadora Yara Schaeffer Novelli, do Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo (USP).
Novelli coordena um grupo de estudos que avalia a dinâmica, a ocupação e a resposta dos manguezais às mudanças climáticas. A pesquisadora aponta ainda situações distintas desses ecossistemas em relação
ao estado de conservação. As perdas relevantes ou grandes alterações estão presentes em
locais onde existem portos e houve o desenvolvimento dos primeiros núcleos populacionais ou ainda a utilização das áreas
de mangue para o cultivo de camarão (carcinocultura).
“Em algumas áreas, na região de Cananéia (SP),
que é bem conservada, tem uma espécie com taxa de crescimento de quase um metro
de altura por ano. Florestas que, em 2001, tinham um metro e estão agora com
mais ou menos 10 metros .
Então, isso é muito positivo e a nossa preocupação é justamente manter essas
áreas de manguezal conservadas para que a pesca continue ocorrendo”, salienta Marília.
Nenhum comentário:
Postar um comentário