Ainda é
comum a ocorrência de queimadas e incêndios florestais no Tocantins nesta época
do ano, sobretudo por fatores climáticos (ventos e calor) e pelo uso
indiscriminado do fogo. Fazer uma queimada sem controle pode causar sérios
prejuízos à fauna e flora, reduzindo a cobertura vegetal, diminuindo a
fertilidade do solo e comprometendo a qualidade do ar e, consequentemente, a
saúde humana, provocando vários tipos de doenças, principalmente respiratórias.
De acordo com dados atualizados do
Inpe – Instituto de Pesquisas Espaciais o Estado do Tocantins está ocupando o
2º lugar no ranking das queimadas com 1756 focos de calor, em 1º lugar o estado
de Mato Grosso com 3053 e em 3º lugar vem o estado da Bahia com 1248 focos.
Um dos motivos que contribuiu para que o Estado ocupasse o
segundo lugar foi o incêndio florestal que começou no final do mês de junho no
Parque Nacional do Araguaia localizado ao norte da ilha do Bananal, entre os
Rios Araguaia e Javaés. De acordo com o ICMbio o incêndio já está controlado e
foi causado de forma natural, pois ocorreu em cima da serra e não em seus
arredores.
Mais um dos principais motivos são produtores rurais que pelo visto
ainda estão deslumbrados com a descoberta do fogo e não procuram o órgão
ambiental competente para realizar a queima controlada com aceiros planejados,
incluindo equipamentos adequados, mão de obra treinada e medidas de segurança
ambiental conforme manda a lei.
Outro
motivo não menos importante, são os incêndios criminosos aqueles causados na
nas margens de rodovias que se alastra rapidamente com os ventos fortes.
Causando acidentes dificultando a visão dos motoristas que trafegam nesta época
de temporada de praias pelo Estado.
Segundo o diretor de Biodiversidade e Áreas Protegidas do
Naturatins, Antônio Santiago, a prática de se fazer queimada é uma questão
cultural, que acontece há milhares de anos, mas que a população pode fazer a
sua parte tomando atitudes simples como não colocar fogo no lixo doméstico e
fazer aceiros ao realizar queimas em áreas rurais para preparo de solo para
plantio, atividade que deve ter autorização ambiental. “O principal problema
das queimadas é que elas podem acabar com a biodiversidade, matando plantas,
animais e os microorganismos fundamentais para o equilíbrio ecológico”, alertou
o diretor.
Conforme a engenheira ambiental e inspetora de recursos
florestais do Naturatins Polliana Gomes, nas áreas rurais as queimadas diminuem
a fertilidade dos solos, tornando as lavouras menos produtivas, e comprometem a
qualidade da água, pois destroem as matas ciliares que são a proteção dos rios,
riachos, córregos e ribeirões, contribuindo para a ocorrência de seca e a baixa
unidade relativa do ar. “Estudos científicos comprovam que as queimadas são a
segunda maior causa para o aumento do efeito estufa e do aquecimento global”,
lembrou a inspetora.
Nas cidades as queimadas, geralmente, ocorrem de forma
criminosa ou acidental como, por exemplo, quando uma pessoa joga pontas de
cigarros em terrenos baldios. Algumas pessoas também utilizam o fogo na queima
de lixo doméstico e limpeza de lotes baldios e com os ventos fortes, comuns
nesta época do ano, as chamas se espalham causando danos ao meio ambiente e até
às redes elétrica e telefônica.
“O fogo também acaba levando para dentro das residências,
cobras, escorpiões, aranhas, ratos, entre outras espécies que fora do seu
habitat natural, que podem causar acidentes aos seres humanos”, explica o
biólogo do Naturatins Marcelo Barbosa.
A fumaça e a fuligem também causam problemas. Diminuem a
qualidade do ar provocando doenças respiratórias, como asma e renite, atingindo
principalmente, crianças e idosos, e às margens das rodovias podem diminuir a
visibilidade dos motoristas e provocar acidentes graves.
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