O
descarte incorreto do lixo é um problema que afeta diariamente a população. São
litros e litros de água contaminados, entupimento de tubulações, contaminação
do lençol freático, e consequentemente, enormes danos ao meio ambiente.
Um exemplo disso é o óleo de cozinha, que apesar de ser
muito utilizado, quase nunca é tratado de forma correta. Segundo uma reportagem
publicada no site EcoAgência, atualmente, apenas 5% do óleo sujo é
reaproveitado. Porém, o que muitos não sabem é que um litro desse tipo de óleo,
que não possui o descarte adequado, contamina cerca de um milhão de
litros de água.
O óleo de cozinha, se não tratado corretamente, ao chegar
nos rios e mananciais, impede a passagem de luz solar, e com isso impede
a oxigenação das plantas aquáticas, afetando todo o seu ecossistema. Isso sem
levar em consideração que em uma rede de coleta de esgoto, por exemplo, ele
adere a outras substâncias, diminuindo a vazão das tubulações e provocando seu
entupimento. Os danos causados podem ser irreversíveis.
Mas, pequenos atos de sustentabilidade podem mudar esse
quadro, e ainda gerar matéria prima para indústrias de sabonete, detergentes,
ração animal, biodiesel e graxas.
Para tanto, projetos foram desenvolvidos e o número de
postos de coleta vêm aumentando cada vez mais. Um deles é o do supermercado Pão
de Açúcar que, em conjunto com a Unilever, já garantiu a destinação adequada
para mais de 20 mil litros de óleo desde o início do programa, em 2008. “Se
levarmos em conta a quantidade de pessoas que tem na cidade, nós recebemos
muito pouco desse produto. A população deveria ser mais incentivada”, diz
Ademar Santana dos Santos, responsável pela coleta do óleo de cozinha no Pão de
Açúcar.
De acordo com Sidney Cândido, supervisor da área de reciclagem
do Pão de Açúcar, todo o óleo recolhido é doado para cooperativas. “O produto
vai para indústrias específicas, como a Bioverde, por exemplo. Ele é
transformado em biocombustível e é muito utilizado em caldeiras de indústria”.
E completa “a unidade da avenida Ricardo Jafet , em São Paulo, é a que mais
recebe doações. Recebemos em média 100 litros de óleo por mês”.
Em outros estados, como o Rio de Janeiro, foi criado o
Disque Óleo, que coleta o produto no próprio estabelecimento ou na residência
em garrafas PET ou galões, recicla, e depois vende para as indústrias.
O processo funciona da seguinte forma: primeiramente, o
óleo recolhido é despejado no reservatório de filtragem, passando por um
sistema de peneiras onde são retirados os principais resíduos. Em seguida, ele
é colocado em um tanque de decantação. Enfim, armazena-se o produto em tanques,
e esses são vendidos para as indústrias. Já o sabão usado diariamente nas
residências, pode ser feito pela própria pessoa, de uma maneira bem simples,
utilizando apenas amaciante e soda cáustica.
A reciclagem do óleo de cozinha gera benefícios para o
meio ambiente e consequentemente para o ser humano, por isso é importante que
cada um faça sua parte, contribuindo assim, para a sustentabilidade possível de
se realizar. Desta forma, o que se espera para o mundo atual são compromissos,
não apenas com a produção e a difusão do saber culturalmente construído, mas
com a formação do cidadão crítico, participativo e criativo para fazer face às
demandas cada vez mais complexas da sociedade moderna.
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